Pesquisar Neste Blog

Total de visualizações de página

DESTAQUE

DESTAQUE
Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

PUBLICAÇÕES

...

Estamos aqui, renascendo e fazendo conexões no nosso Tempo



Em 2008 o coreógrafo e bailarino Luiz Monteiro, num intervalo dos ensaios do espetáculo O Reino do Outro Mundo me disse que estava pensando em voltar a dançar e gostaria que eu fosse o diretor. Inclusive falou que estava iniciando uma pesquisa do Orixá Tempo.
No mesmo ano, sentimos que as novas idéias não circulavam e que pouco, ou nada, se publicava desses pensadores que não estão na mídia, nem na política e a companhia resolveu que faríamos uma revista.
Foto: Vantoen Pereira
Um ano depois, o coreógrafo e bailarino Elísio Pita, natural da Bahia, com uma carreira feita no exterior me confidenciou que estava pensando em voltar a dançar, estava sentindo saudades dos palcos.
Hoje, ano 2011, final do mês de Julho escrevo para o segundo número da Revista, depois de uma reunião com Luiz Monteiro sobre a montagem que estamos realizando sobre o Orixá Tempo. E me preparando para a reunião que vou ter amanhã via skype com Elísio Pita, com quem estamos montando um trabalho sobre Otelo com o qual voltará a dançar.
Enquanto isso a Revista Terreiro Contemporâneo está com mais de 2000 visitas, e penso nesse engraçado elemento chamado Tempo. As coisas acontecem no tempo de cada uma delas e não quando nós queremos. Ele, o tempo, flui num ritmo que a gente não consegue detectar, como diz o poeta Ferreira Gullar, “mais rápido no capital e mais lento nos legumes”. Coisas que eram aparentemente fáceis e aconteceriam de maneira natural em 2008 e 2009 precisaram desse tempo e, essa aparente espera foi, para dizer da verdade, o tempo de amadurecimento, de estudo, de pesquisa e sobre tudo o tempo de crescer e nos tornarmos adultos para essas determinadas coisas.
Num dos anos mais difíceis (2011), economicamente falando, para as artes em geral e em especial para nossa Companhia Rubens Barbot que, em Julho de 2010 um incêndio destruiu tudo e parecia que ali estava acabando, hoje, em Julho de 2011 está trabalhando como nunca, renascendo. Renascendo na montagem de “Tempo”, pronta e ensaiando, como na montagem de “Otelo”, que está começando, como renascendo também nas pesquisas para “Nascimento”, a nova coreografia de Rubens Barbot que terá sua interpretação. E continuamos renascendo, como na preparação do filme longa metragem “Territórios” de Allan Ribeiro, cujas filmagens começam em outubro, como na pré-produção de outros trabalhos, ainda sem nome para 2012.
Renascemos das cinzas e sem perceber, estamos fazendo a edição número dois da Revista com muitas colaborações – Nacional: fotógrafo Wilton Montenegro assina Carta á Ministra Ana de Holanda; a fotógrafa Marian Starosta expõe a obra ‘Iansã’; Claudia Ramalho na coluna Dançologia Negra sobre os 21 anos de luta da Escola de Mestre-sala, Porta-bandeira e Porta-estandarte Mestre Dionísio/RJ; o jornalista Carlos Maia entrevista a cineasta Jana Campos; Júnia Bertolino com artigo Dança Afro-brasileira; João Costa coluna Personalidades Negras: André Rebouças; a artista plástica Mariana Maia ensaio ‘Eis o marginal: como alguém se torna o que é’; - Internacional: colunista argentino da Revista Quilombo! Fabio Sambartolomeo com artigo Danças Afroargentinas de 1810 ‘Chica, calenda e bamboula… Já escutou esses nomes?’.
Enfim, tempo de renascer, fazer conexões, realizações, e dedicação. Muita dedicação! Tudo isso amparado pelo primoroso design de Verônica Luzia.
Á todos os colaboradores e leitores, nossos agradecimentos e fraternas saudações. Esta aí mais uma edição da Revista!
Axé e até Setembro!
Gatto Larsen