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Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

PUBLICAÇÕES

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Editorial

Num determinado momento de 1990,
 especificamente em 20 de agosto, os artistas Rubens Barbot e Gatto Larsen, um brasileiro e o outro argentino, fundam em parceria uma companhia para adentrar o universo da dança contemporânea carioca de modo diferencial. Diferencial principalmente apoiado em dar expressão ao desejo ao corpo, movimento e gestual identitário negro, levando-os desde o início serem apontados como a primeira companhia contemporânea afro-brasileira, prioritariamente formada por negros afrodescendentes.  
Duas décadas se passaram e o desejo ainda continua comprometido com a busca de se (re)inventar a partir de si mesmo, trazendo de modo liberto, conhecimentos para dentro da dança [negra] brasileira.
Os coreógrafos da Cia de Danças Rubens Barbot, sem modéstia nos dão orgulho em se tratando de vanguarda, mesmo depois de duas décadas, pelo seu processo de criação, por dialogar em suas criações com pessoas e não funções – artista, bailarino, dançarino, ator, enfim. Isso realmente para eles não é o mais importante, e sim o desejo á expressão e a disposição á poética da experimentação, desvelando a experiência do e no corpo. É o que Gatto, em meio á tantas conversas enfatiza, ‘o trabalho acontece a partir dê!’ – do que tenho em material humano, técnico, financeiro e crucialmente sobre o que demais está nos tocando ao coração, á alma. Enfim, sempre pelo e ‘Por um gesto honesto’.  
Comecei a me encantar pela Cia. há quase 3 anos, e hoje,  como colaboradora no desenvolvimento e diretora de designer do maravilhoso projeto REVISTA TERREIRO CONTEMPORÂNEO, sei o quanto é difícil descrever em poucas palavras ou páginas a vasta experiência profissional de reconhecimento nacional e internacional da Cia. 
Para tanto, contei para esta EDIÇÃO ESPECIAL com o auxílio de amigos e parceiros como Elisio Pitta, João Costa, Wilson Assis, Luiz Monteiro, Beto Pacheco, Conceição Evaristo e da eterna bailarina do grupo Claudia Ramalho, atualmente, assistente e biógrafa da Cia.

CHEGADA

Meu nome é Wilson Assis, atualmente sou coreógrafo, bailarino e também produtor da Cia. Rubens Barbot Teatro de Danças. Sobre a minha chegada na Cia., lembro que foi algo muito forte, pois sou de uma cidade do interior do Rio de Janeiro, chamada Quatis com apenas 15.000 habitantes.  Mas na verdade foi uma aproximação meio que assustadora, porque eu não sabia como seria recebido, apesar de ter sido apresentado á eles pela Ruth Pinheiro madrinha da Cia., ou até mesmo se seria aceito para dançar, o que me era mais importante.

DANÇOLOGIA NEGRA CARIOCA: Cia. Rubens Barbot Teatro de Dança 21 anos


RESUMO
O artigo dançologia negra carioca apresenta, de modo breve, a trajetória do primeiro grupo de dança contemporânea afro-brasileira do país, a Cia. Rubens Barbot Teatro de Dança fundada em 1990 na cidade do Rio de Janeiro pelos artistas, o gaúcho Rubens Barbot e o argentino Gatto Larsen. Com 21 anos de fundação ininterruptos, o grupo estende seu campo de atuação percorrendo da tradicional criação coreográfica para espetáculos, passando por performances de rua e eventos diversos em arte. Além de filmes, documentários e atualmente produzindo projetos de conexão artístico nacional, 'Terreiro Contemporâneo e Cias' e o blog Revista Terreiro Contemporâneo. Estes artistas demonstram assim, que mesmo sem apoio financeiro fixo institucional, são representantes de um fundamental fragmento arquitetural da produção cultural e histórica da dança negra brasileira.

COMO AS CONEXÕES SE DÃO

Em 2008 eu, Elisio Pitta, estava em meio à pré-produção de um dos meus “sonhos acordados”, como costumo chamar alguns dos meus grandes projetos. O I Encontro Internacional de Dança Negra – EIDAN. Projeto onde, mais uma vez, iria congregar velhos amigos, parceiros, colaboradores de longas datas, novos amigos e, inclusive, alguns que eu não sabia que já eram meus amigos.

Por coincidência, dois dos meus eternos amigos, parceiros irmãos, Mestre Clyde Morgan, um dos ícones da dança negra internacional e nacional, e sua esposa Laís Morgan, estiveram no Rio algumas semanas antes de chegarem à Bahia em suas férias anuais. E Laís, entre tantas novidades, comenta sobre ter assistido um grande espetáculo no Rio, o da Cia. Teatro de Danças Rubens Barbot, perguntando se eu conhecia. Eu prontamente disse: ‘Não! Mas quero conhecer. ’

Gigantes Guerreiros

Se eu tivesse a ousadia de conceituar a companhia contemporânea Rubens Barbot Teatro de Danças, certamente eu utilizaria algumas destas palavras como: perseverança, resistência, plasticidade, beleza, magnitude, África, leveza, dedicação, ousadia, negro, diáspora, disciplina, religiosidade, altivez, dramaturgia, nuances, performances ou magia.

Ainda não encontrando uma forma para descrever esses vanguardistas da dança negra do Brasil, tal fato fez com que eu me sentisse incapaz de traduzir em palavras uma das mais importantes impressões que tive ao vê-los dançar pela primeira vez, ainda nos anos 90. A grandeza daquele momento foi de tal relevância, que deixei o espaço da apresentação meio perplexo com que acabara de assistir. Mesmo hoje, próximo do grupo como amigo do Gatto Larsen e do Barbot, custo ainda á acreditar que são eles, os mágicos com quem dialogo, os produtores daquela arte de expressão tão magistral, ao mesmo tempo com tanta simplicidade.

Descobrindo a Dança em Moçambique!

Após 19 horas de viagem chego a Moçambique pela segunda vez. A primeira foi em maio de 2010 e, sinceramente foi uma experiência fantástica. Pisar pela primeira vez no continente de origem dos nossos ancestrais foi como voltar ao passado, como (re)ligar... (re)conectar... (re)pensar. Na verdade, naquele instante, cheguei a Moçambique acreditando que voltaria á uma África imaginada, do passado e não atualizada. Ledo engano!
Depois do choque da primeira viagem que, entre outras coisas, desconstruiu o olhar mitificado que eu tinha sobre a África, retornar á esse país significava estar disposto á entender melhor a cultura e os costumes dessa sociedade.