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Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

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O CINEMA COMO POSSIBILIDADE DE REINVENTAR A REALIDADE


Jovem cineasta fala de sua relação com o continente africano através do audiovisual   

Por Carlos Maia

Carlos Maia

            Foi-se o tempo em que o pensar cinematográfico ficava restrito a uma pequena elite de pensadores e produtores que definiam os rumos do cinema e do que poderíamos assistir.  As novas tecnologias possibilitaram a entrada de novos realizadores no mundo do audiovisual. É o caso de Yana Campos, jovem carioca de 25 anos nascida no bairro do Estácio. Diferente de outros jovens de sua geração, que quando pensam em ir para o exterior vislumbram os Estados Unidos ou a Europa, Yana, que atualmente cursa Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, sempre manteve o seu olhar voltado para o continente negro: “A África sempre esteve presente na minha vida em música, objetos e histórias orais contadas pela minha bisavó. Indo para Moçambique descobri tudo que vivi aqui lá. Sinto-me lá, acho que nunca consegui voltar completamente,” afirma. Esse contato com a África teve uma influência marcante no seu modo de relacionar-se com as artes, e o cinema em particular. Ela é diretora do documentário ‘Vozes de Moçambique – Um Paralelo com o Brasil’, onde entrevista figuras importantes da literatura moçambicana. O filme, realizado sem nenhum dinheiro, contou com apoio de amigos, o que é muito comum entre os novos cineastas: Filmes com orçamento zero, onde amigos se dividem em câmeras, fotógrafos, montadores e todas as funções pertencentes ao cinema.  O que mais a fascina na sétima arte é a possibilidade de inventar novos mundos, dar novo sentido ás coisas: “A recriação da realidade é o que tem me movido.
O cinema é um simulacro da vida, às vezes superior á própria vida,” filosofa. Yana tem consciência que não é fácil viver de arte, no Brasil, sobretudo cinema: “Trabalharei em outras coisas para me sustentar, sei disso. Apesar de tudo vale a pena se doar por completo para a arte, mesmo que você não saiba onde vai dar, mesmo que não compreenda,” afirma. Atualmente Yana prepara um projeto mais ambicioso, o ‘Vozes Africanas’, projeto audiovisual onde reunirá os países africanos de língua portuguesa:
Yana Campos

 “Toda essa idéia nasceu por inspiração de um filme, o ‘Línguas - Vidas em Português’, dirigido por Victor Lopes. Senti a importância de realizar este projeto, pois a África não é uma coisa só, são vários povos com seus costumes, cultura e modo de ver o mundo.”  Que venham muitas outras Yanas para nos apontar novos caminhos para o cinema e nos dar um olhar mais voltado para nossas origens.