Jovem cineasta fala de sua relação com o continente africano através do audiovisual
Por Carlos Maia
Foi-se o tempo em que o pensar cinematográfico ficava restrito a uma pequena elite de pensadores e produtores que definiam os rumos do cinema e do que poderíamos assistir. As novas tecnologias possibilitaram a entrada de novos realizadores no mundo do audiovisual. É o caso de Yana Campos, jovem carioca de 25 anos nascida no bairro do Estácio. Diferente de outros jovens de sua geração, que quando pensam em ir para o exterior vislumbram os Estados Unidos ou a Europa, Yana, que atualmente cursa Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, sempre manteve o seu olhar voltado para o continente negro: “A África sempre esteve presente na minha vida em música, objetos e histórias orais contadas pela minha bisavó. Indo para Moçambique descobri tudo que vivi aqui lá. Sinto-me lá, acho que nunca consegui voltar completamente,” afirma. Esse contato com a África teve uma influência marcante no seu modo de relacionar-se com as artes, e o cinema em particular. Ela é diretora do documentário ‘Vozes de Moçambique – Um Paralelo com o Brasil’, onde entrevista figuras importantes da literatura moçambicana. O filme, realizado sem nenhum dinheiro, contou com apoio de amigos, o que é muito comum entre os novos cineastas: Filmes com orçamento zero, onde amigos se dividem em câmeras, fotógrafos, montadores e todas as funções pertencentes ao cinema. O que mais a fascina na sétima arte é a possibilidade de inventar novos mundos, dar novo sentido ás coisas: “A recriação da realidade é o que tem me movido.
O cinema é um simulacro da vida, às vezes superior á própria vida,” filosofa. Yana tem consciência que não é fácil viver de arte, no Brasil, sobretudo cinema: “Trabalharei em outras coisas para me sustentar, sei disso. Apesar de tudo vale a pena se doar por completo para a arte, mesmo que você não saiba onde vai dar, mesmo que não compreenda,” afirma. Atualmente Yana prepara um projeto mais ambicioso, o ‘Vozes Africanas’, projeto audiovisual onde reunirá os países africanos de língua portuguesa:
O cinema é um simulacro da vida, às vezes superior á própria vida,” filosofa. Yana tem consciência que não é fácil viver de arte, no Brasil, sobretudo cinema: “Trabalharei em outras coisas para me sustentar, sei disso. Apesar de tudo vale a pena se doar por completo para a arte, mesmo que você não saiba onde vai dar, mesmo que não compreenda,” afirma. Atualmente Yana prepara um projeto mais ambicioso, o ‘Vozes Africanas’, projeto audiovisual onde reunirá os países africanos de língua portuguesa:
Yana Campos |
“Toda essa idéia nasceu por inspiração de um filme, o ‘Línguas - Vidas em Português’, dirigido por Victor Lopes. Senti a importância de realizar este projeto, pois a África não é uma coisa só, são vários povos com seus costumes, cultura e modo de ver o mundo.” Que venham muitas outras Yanas para nos apontar novos caminhos para o cinema e nos dar um olhar mais voltado para nossas origens.