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Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

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DANÇOLOGIA NEGRA CARIOCA - ESCOLA MANOEL DIONÍSIO 21 ANOS FORMANDO NA ARTE DO BAILADO DO SAMBA


       Ao completar 21 anos de existência, em 17 de julho de 2011, forjados em resistência a Escola de Mestre-sala, Porta-bandeira e Porta-estandarte/RJ Manoel Dionísio (1990), faz-se reconhecida como uma das mais importantes referências do fazer-saber patrimonial da tradição do bailado do samba, representada na figura do casal responsável por empunhar á condução com beleza, cadência e graça o pavilhão de uma agremiação.
Por diretor-fundador e coordenador Mestre Manoel Dionísio, contando com uma assessoria de aproximadamente quinze profissionais de diferentes áreas: psicólogo, pedagoga, educador corporal, secretária, merendeira, técnico de som, contador, assessor de imprensa, assistente jurídico e os bailarinos do samba (instrutores masculinos e femininos), os responsáveis pela transmissão desta arte singular, apresentando um desempenho pedagógico, educativo, sociocultural e artístico, reconhecido nacional e internacionalmente, forjando uma história que conta com mais de duas mil formações, oferecida gratuitamente para crianças, jovens, adultos, terceira idade e especiais, com faixa etária entre 4 a 80 anos, provenientes das mais variadas comunidades cariocas, bem como, de outros estados e países.
A Escola Manoel Dionísio ao longo de sua história na dança brasileira, contribui com a transmissão democrática da tradição do bailado do casal e da porta-estandarte, possibilitando uma formação profissional de altíssimo nível que abrange dos Blocos de Empolgação ao Grupo Especial do Rio, além de outros municípios e estados. A difusão deste fazer-saber patrimonial se expande também em redes de conhecimento por Núcleos de formação por São Paulo (SP), São José dos Campos (SP), Juiz de Fora (MG), Vitória (ES), Paranaguá (PR), Porto Alegre (RS), Três Rios (RJ) e Campo Grande (MS), os quais possuem apoio das respectivas prefeituras e estados.  Como se expande em pólo de estágio didático, pedagógico e profissional para o curso de Bacharelado em Dança da Universidade Federal do Rio de Janeiro, firmando parceria e responsabilidade social no cenário educacional e artístico da cidade. E de modo contundente, nos últimos quatro anos vem se expandindo internacionalmente pela parceria com a Office for Study Abroa da Universidade de IOWA proporcionando á estudantes americanos a oportunidade através de pesquisa prática e teórica do samba dança, música, o acesso ao contexto histórico, religioso, cultural, artístico e social, dos elementos integrantes do desfile no carnaval, bem como, a interação do sambista com o mundo acadêmico estrangeiro.
A grandeza e importância da Escola de Mestre-sala, Porta-bandeira e Porta-estandarte/RJ Manoel Dionísio como podemos perceber, contribui para o destaque da dança do samba no cenário educacional, artístico e cultural nacional e internacional. Deste modo, com sua importância e destaque na história da tradição patrimonial do Samba e do Carnaval do Rio de Janeiro e do Brasil, pleiteia consagrar-se como Centro de Arte da Dança do Samba, buscando subsídios para tal empreendimento á ampliação de sua capacidade de formação profissional e ligação com centros de estudo e pesquisa em dança no Brasil e Exterior. Contudo, de modo inacreditável AINDA NÃO POSSUI SEDE PRÓPRIA, nem mesmo PATROCÍNIO ou apoio financeiro, sobrevivendo da força inesgotável de Mestre Dionísio e de alguns importantes contribuintes apaixonados pelo trabalho, e que realmente acreditam no projeto e na perpétua luta agonizante do samba contra a morte de seu fazer-saber. Por filosofia, inspirada na grande diva da música brasileira Elza Soares, a Escola ainda hoje busca ‘transformar a dificuldade num trampolim para a vitória’.
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Desde as primeiras décadas do século XX, o Samba no Rio de Janeiro, em ritmo e dança essencialmente negro, e também representativo do jogo de cintura típico da cultura popular, desenvolveu-se superando dificuldades e preconceito tornando-se um importante símbolo da identidade cultural e artística nacional, principalmente expresso nos Desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial, considerado o ‘maior espetáculo a céu aberto do mundo’ transmitido para todo território nacional e para mais de 100 países no exterior. Em 27 de novembro de 2007, como fruto de superação de mestres sambistas apoiado por pesquisadores, o samba carioca ganha o reconhecimento de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil e sua Dança característica de especial fazer-saber, recebe atenções á salvaguarda tanto por sua criatividade, técnica e beleza, bem como por sua fundamental atuação na história cultural popular e artística da cidade, unido a cidade ao Brasil e ao Mundo. Mas isso ainda não parece suficiente para endossar a importância da Escola de Mestre-sala, Porta-bandeira e Porta-estandarte/RJ Manoel Dionísio para a cultura e artes brasileira num convencimento á grandes empresários e do próprio poder público para apoiar e patrocinar esta bela e substancial atitude.
Em 26 de agosto, deste ano, a Escola terá a direção transferida de Mestre Dionísio para sua filha Magda, á qual torcemos aqui que perpetue com primoroso carinho e dedicação de seu grande mestre pai a transmissão da tradição da arte da dança do samba. E quem sabe, consiga apoio sustentável á permanência da Escola, que atualmente vem realizando suas atividades no Centro de Artes Calouste Gulbenkian por conseqüência das obras na Passarela do samba. 
 Por Claudia Ramalho