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Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

PUBLICAÇÕES

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Dançologia Negra Carioca: A Dança Patrimonial do Samba em Passos, Cadeira e Cadência

Claudia Ramalho e
Mestre Manoel Dionísio
RESUMO
No ano de 2007 o samba carioca foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade através do documento Dossiê das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro, e sua dança, conseqüentemente, ganha atenções à salvaguarda como parte importante na composição deste saber-fazer patrimonial de heranças culturais d’África. O artigo apresenta um processo de pesquisa sobre a linguagem da dança nas respectivas matrizes (re)conhecidas: samba de terreiro, partido-alto e samba enredo, apoiado também em seus ‘mestres’ e territórios - ‘espaços depositários, ’ importantes elementos delineadores deste singular estilo representativo da identidade como da memória cultural brasileira. Será primordialmente a partir da condição de intérprete-criadora da Cia Arquitetura do Movimento (2007 a 2011), e pesquisadora em dança, que empreendo e apresento esta breve dançologia do samba carioca. 

Palavra-Chave: Samba (Dança) - Rio de Janeiro – Patrimônio – Dançologia – Cia Arquitetura do Movimento I. Título.


INTRODUÇÃO
No ano de 2007 o samba carioca ganhou reconhecimento de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade através do documento Dossiê das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro¹ levantado por um coletivo de pesquisadores e apoiado por mestres deste saber-fazer. E sua dança, conseqüentemente, ganhou atenções à salvaguarda como parte importante na composição deste saber-fazer patrimonial de heranças culturais d’África. No mesmo ano, como bailarina, inicio trabalho na Cia. Arquitetura do Movimento² tendo a oportunidade de participar de um processo de pesquisa sobre o samba e suas matrizes tradicionais, imergindo deste modo em sua cadência e dança como propostas ao (re)conhecimento dos fundamentos arquiteturais e conseqüente tomada de ciência sobre este singular saber-fazer: as técnicas moventes, os protocolos configuradores de comportamentos distintos, a presença de sub-estilos á expressão da dança, seus principais sambadeiros – mestres bailarinos e passistas, e o reconhecimento dos respectivos territórios de atuação - ‘espaços depositários’ desta da tradição nas vertentes samba de terreiro, partido-alto e samba enredo. Enfim, uma empreitada de teor diferencial para a arte contemporânea nacional, principalmente por estar propondo um (re)conhecimento, uma (re)aproximação e um aprofundamento sobre o saber-fazer configurador de uma das expressões da cultura nacional tão delineadora da identidade brasileira – o samba peculiar da cidade do Rio de Janeiro .

A idéia da Cia está justamente em pensar as estruturas que estão por trás do movimento para libertar a qualidade efêmera e poética da dança e do movimento no espaço, compreendendo mais a fundo os sentidos do movimento. ³

Os resultados desta pesquisa foram sendo revelados pela Cia Arquitetura do Movimento sob a direção de Andrea Jabor, de 2007 a 2010, principalmente por meio de espetáculos onde as performances dos intérpretes-criadores se revelavam imbuídos da tridimensionalidade cultural característica do continente africano: a expressão pelo canto, pela cadência rítmica e pela dança, o qual organicamente transparece a harmonia do meio social com seus atores, um perfil de expressão holística peculiar do universo do samba. A atribuição harmoniosa sobre a importância de cada elemento foi exaustivamente trabalhado em oficinas que incidiam foco sobre cada dimensão expressiva, mas sem perder a relação com a configuração do universo patrimonial carioca. Assim as obras ‘Sala de Estar: As cinco peles do samba’ (2007); ‘Ao samba: a cruz, o xis e o esplendor’ (2009) e o ‘Arquitetura do Samba: a dança do mestre-sala e Porta-bandeira’ (2010), revelam de modo tri facial uma síntese da história e da cultura identitária corporal impressa em cada bailarina, dando uma dimensão perceptiva ao cotidiano e imaginário deste complexo prazeroso saber-fazer do gênero.
E o documento Dossiê das Matrizes respaldou a pesquisa de modo teórico, dando suporte no (re)conhecimento da(s) dança(s) do samba e seus sub-gêneros: o samba de roda existente nos ‘espaços depositários’ dos terreiros de candomblé; o sapateado do partido-alto, o bailado do mestre-sala e porta-bandeira, como a evolução das Baianas e Passistas existentes nas quadras e nos desfiles processionais das escolas de samba. Como também a pesquisa contou com a interlocução da Drª Helena Theodoro dilatando-nos á compreensão simbólica, estética, cultural e histórica desta linguagem expressiva.
Igualmente especial as informações foram sendo ilustradas e (in)corporadas a nossa memória somática a partir também de visitas á comunidades – ‘espaços depositários’, uma pesquisa de campo que atribuiu impulso ao delineamento diferencial sobre a dançologia do samba carioca.


Sambar é pé, cadeira e cadência! (...) Eu acho que não vai mais voltar o que era antes. Acho que daí pra frente vão criar...e vão criar...e vão criar! ...esquecendo os passos do samba. Se não aparecer alguém pra reviver o samba... Porque sambar é pé, cadeira e cadência...esta morrendo. (Passista Nanana da Mangueira)


A seguir damos um panorama sobre os TERRITÓRIOS visitados:
- Ilê Omiojuaro : Comunidade de terreiro fundado em 1985 por Mãe Beata de Iemanjá no distrito de Miguel Couto em Nova Iguaçu, município do Rio de Janeiro. Sob a orientação de Pai Adailton Moreira de Ogum Baba Egbé da casa, fomos introduzidas no saber-fazer da dança do samba peculiar nos terreiros de Candomblé para assim identificar tanto as possíveis relações entre os rituais religiosos como compreender as possíveis origens germinais da dança e da cadência do samba através da ação corporal do rezar dançando, cantando e festejando a vida, como um tipo de exaltação e louvação aos deuses da natureza através do corpo em movimento.
Aghata Oliveira e Pai Adailton
em Oficina - Samba de Roda
Todavia entender a importância desta manifestação cultural enquanto forma de expressão e formação de identidade nas comunidades de terreiro. Foram levantadas assim, as características fundamentais desta manifestação como: princípio básico da dança, do canto e ritmo, como os aspectos culturais, político-sociais e históricos relatados pelo próprio Pai Adailton, apontados como elementos intrínsecos na dinâmica da roda. 

Samba de Roda fala de natureza, fala de fuxico, de sexualidade, de história, política e discute gênero. É só ouvir as letras de samba de roda! (...)Então é só a gente ter um pouco de humildade para ver o que está por trás daquilo tudo. Às vezes, é somente uma letrinha, uma frase pequena da melodia, mas tem muita coisa por trás, há uma contextualização. Samba de Roda não surge do nada! Samba de Roda tá sempre relacionado a algo e sempre tá trazendo alguma coisa para nos ensinar.  

Com relação aos instrumentos específicos foi apresentado o prato - tocado com uma faca, a palma - dividida em sete batidas, e o canto - a diferença de timbre e entonação entre os gêneros, além da importância do solista alternando com o coro. Aprendemos também que entrar na roda e sambar, é o momento de afirmar-se pessoalmente, mostrando a diversidade de contribuições que cada sambador e sambadeira podem e deve revelar através de sua dança, reflexos de sua personalidade e ancestralidade. E para finalizar este território a bailarina-pesquisadora Agatha Oliveira nos afirma que a ‘dança com sua desenvoltura e liberdade na forma de se expressar através do movimento corporal: do balanço do quadril e da cadência dos pés, é percebida como meio de fortalecimento da identidade cultural dentro de comunidades de terreiro e adjacências.’
- Pedra do Sal - e Cacique de Ramos : Na Pequena África, localizada no Morro da Conceição, zona portuária do Rio de Janeiro, desde as primeiras décadas do século XX se apresenta como reduto do samba carioca, e onde se instala o Centro Cultural Pequena África‟, no qual Rubem Confete ¹ coordena e produz encontros dançantes entre compositores e bambas. Já o bloco Cacique de Ramos, reduto de criação musical mais tradicional da cidade, surge no começo dos anos 60 em Olaria, de um grupo de jovens inspirados nos passos de grandes sambistas e na idéia e figura do índio, afirmando ao longo de sua trajetória o samba como identidade. Neste território, temos como responsáveis a bailarina pesquisadora Munique Mattos e a Drª Helena Theodoro, que focalizam a pluralidade da dança do samba e a presença do sapateado. Assim, com as visitas à Pedra do Sal constatou-se que existe uma grande diferença entre a dança dos jovens sambistas com a dos antigos mestres - a velha guarda, um tipo de sapateado do samba que consiste de um repique riscado com os pés, que une malemolência, ritmo e som construídos e criados na relação do sapato com o chão, que marcam esta performance. 
Como se não pudesse evitar a dança, Rubem Confete mestre sambadeiro do território da Pedra do Sal, sapateia enquanto canta suas composições. Para a bailarina pesquisadora Munique Mattos, “pouco se entende, divulga e aprende sobre as diversas expressões sapateadas das danças populares em nosso país. (...) tido por muitos como inexistente. (...) músicos como Donga e João da Bahiana, bambas reconhecidos e fomentadores na Pedra do Sal, como Rubem Confete, versavam dos pés à cabeça.” No Cacique de Ramos, temos os irmãos músicos e sambadeiros Ubirany e Ubirajara (Bira Presidente), considerados história viva deste modo malemolente de dançar, que no evento „Canto e Dança dos Atabaques‟ ¹¹, constatamos a beleza e preciosidade de suas performances. Neste evento tiveram também presentes Rubem Confete, Aluísio Machado, Dionísio e Pai Adailton, que num bate-papo sobre a dança e canto do samba, expõem sua importância e singularidades.

(...) quando se promove um evento como o do SESC Tijuca, onde pegamos os sapateadores e os observamos tendo orgulho da dança que eles produzem. E como essa dança é um resultado de toda uma vivência, de todo um posicionamento no mundo. (...) isso mostrado pelo seu movimento, sua ginga, sua postura e seu corpo. (...) É vida plena em forma de dança!¹²

- Escola de Mestre-sala, Porta-bandeira e Porta-estandarte ¹³: sob a direção de Manoel Dionísio ¹, foi fundada em 17 de julho de 1990 sendo atualmente sediada na Marquês de Sapucaí (conhecida popularmente por Passarela do Samba), no setor 2. É a primeira escola do gênero no Brasil, criada para suprir a necessidade de profissionais para defenderem as agremiações - das escolas do grupo especial aos blocos. A instituição atende um público de ambos os gêneros, de faixa etária a partir dos quatro anos até a terceira idade, recebendo também alunos especiais. Como responsáveis por este território as bailarinas pesquisadoras Claudia Ramalho e Luana Bezerra, objetivam investigar: a escola, sua história e metodologia de ensino, como vivenciar e apreciar a dança do casal Mestre-Sala e Porta-Bandeira, buscando compreender a arquitetura do movimento, história, contexto cultural e simbólico destes destaques. Na escola, com atividades sempre aos sábados, percebemos num primeiro momento que a organização das aulas é feita da seguinte maneira: o grupo é dividido em dois segmentos - feminino e masculino, para ouvir o hino nacional, e em seguida realiza-se o aquecimento – atividade construída por um instrutor a cada encontro. Logo depois, esses segmentos são subdivididos em diferentes níveis de progressão, principalmente a dança da porta-bandeira, onde os instrutoras ensinam as técnicas de giro, firmeza da bandeira, perceber e receber os comandos do Mestre-sala. A partir deste momento há uma ritual para finalizar todas as aulas, casais são formados para por em prática o conteúdo aprendido, seguindo a seguinte estrutura básica: a reverência ao jure e ao pavilhão, a proteção do mestre-sala a porta-bandeira, seguido de mesuras, cortejo, agradecimento e a finalização da performance do casal. Assim, a nossa percepção ao longo desta vivência atribuiu a dança da porta-bandeira á uma simplicidade aparente, sendo uma performance atrelada a um jogo de superação na relação com: bandeira, salto-alto, relação com o mestre-sala, com o público e jurados. E sem esquecer que não estávamos com a roupa de apresentação, que ornamentada chega a pesar de 30 a 40 kg. Como sua responsabilidade em erguer o símbolo maior da escola – o pavilhão, representando cada componente, defendendo com seu par, pontos fundamentais á apresentação da escola. 
Pontos fundamentais que nos revelaram a complexidade simbólica e técnica desta dança, que segundo a coreógrafa, “se configura como a nossa dança clássica brasileira”. De modo geral, ao fim destas experiências, percebemos que a relação aproximada com os territórios - espaços depositários da tradição do samba nas vertentes samba-de-terreiro, partido-alto e samba-enredo, sendo de suma importância á (re)construção e dilatação enquanto intérpretes, nas conseqüentes performances. A importância da linguagem expressiva da dança do samba como parte relevante de nossa memória ancestral em cultura corporal afirma nossa identidade, cultura e arte brasileira em seu saber-fazer. De tal modo estar pesquisando através da Cia Arquitetura do Movimento o samba, revelou-nos um panorama da riqueza deste conhecimento e a conseqüente falta de entendimento do grande público sobre a memória da dança nacional. Ter dilatado nossa compreensão para um diferente caminho cognitivo de aprendizagem sobre a cultura, linguagem e arte da dança possibilitou-me fomentar a idéia do que denominamos por dançologia do samba - um estudo sobre a(s) dança(s) do samba. Todavia ressalto que apreender estudo sobre qualquer cultura de dança não constitui apenas conhecer e executar seus movimentos e passos, mas constitui-se, em nosso ver, compreende-la no seu contexto (território) sócio-cultural, o qual a alimenta, preserva e dinamiza sua história.

Por Claudia Ramalho*

NOTAS
* Mestre em Ciência da Arte – UFF; Educadora e Preparadora Corporal; Pesquisadora da Dança Brasileira - Dançóloga;
Intérprete-Criadora da Cia. Arquitetura do Movimento;
¹ O ‘Dossiê das matrizes do samba no Rio de Janeiro’, foi confeccionado entre Janeiro e Outubro de 2006, sendo inscrito no livro de registros das formas de expressão em 30/11/2007;
² A Cia Arquitetura do Movimento foi fundada em 1997, tendo em seu repertório os espetáculos ‘De Areia e Mar’ (1999), ‘Isadora. Orb.’ (2005); ‘As Cinco Peles do Samba’ (2007); ‘Ao samba: a cruz, o xis e o esplendor’ (2009), com apresentações dentro e fora do país. Seus fundadores são: Andrea Jabor diretora e coreógrafa da Cia. Arquitetura do Movimento; Formada pelas School for New Dance Development (Amsterdam/ Holanda) e Laban Centre (Londres), com pós-graduação em dança pela Universidade da Cidade (RJ). Ricky Seabra Artista e Designer, é mestre em designer pela Academy Eindhoven (Holanda). Autor das peças, ‘Aviões e Arranha-céus‟ (2002), ‘Três contos holandeses’(2003), ‘Isadora. Orb.’ (2005), ‘Empaire – Love to love you baby’ (2006). Luiz Mendonça coreógrafo, professor da UFF e mestre em ciência da arte pela UFF.
³ Citação de Andrea Jabor, retirado do projeto „Arquitetura do Movimento 10 anos‟ para a Secretaria do Estado do Rio de Janeiro(2008);
As Cinco Peles do Samba (2007) – que foi contemplado com o prêmio Klaus Vianna, propondo uma investigação sobre o samba através da ótica das 5 peles do artista plástico Hundertwasser, cumprindo temporadas no Rio e em São Paulo, em 2008.
Ao samba: a cruz, o xis e o esplendor’ (2009), foi contemplado com o prêmio de manutenção de companhia da Secretaria Estadual de Cultura para dar continuidade aos projetos de pesquisa da linguagem do samba, organização do acervo dos 10 anos de trajetória e realização de oficinas e mostras durante o ano de 2009. As bailarinas-pesquisadoras que participaram deste primeiro processo foram: Agatha Oliveira (Bahia), Lidia Laranjeira (Rio Grande do Sul), Letícia Ramos (Goiás) e Claudia Ramalho, Luana Bezerra, Munique Mattos e Patrícia Costa (Rio de Janeiro).
Drª Helena Theodoro Lopes - especialista em samba e pesquisadora integrante á confecção do „Dossiê‟, nos esclareceu os pontos fundamentais da expressão do samba. Assim como apresentou os espaços reconhecidos como „territórios depositários da tradição‟: „Escola de Mestre-sala, Porta Bandeira e Porta Estandarte‟ localizado na Praça Onze, no Sambódromo; „Terreiro Ilê Omiojuaro‟, comunidade sediada no distrito de Miguel Couto em Nova Iguaçu; „Pedra do Sal/ Pequena África‟ (na Praça Mauá/ Centro do Rio), e o ‘Cacique de Ramos’ (no bairro de Olaria).
A Casa do Ilê Omiojuarô possui origem Ketu-iorubá – região da Nigéria, na África – vindo ao longo de mais de duas décadas mantendo viva a história de seu povo e sua religiosidade.
Fala de Pai Adailton retirada da oficina de „Samba de terreiro‟, no dia 30 de agosto de 2009.
Citação de Andréa no projeto „Ao samba: a cruz, o xis e o esplendor‟ para o Sesc Copacabana em 2009 (Fev/Março) .
Rubem dos Santos, vulgo Rubem Confete – compositor, radialista, jornalista e pesquisadora. Nascido no Rio de Janeiro em 07/12/1936.
¹ Evento realizado no dia 4 de dezembro de 2009, no SESC Tijuca. Com objetivo de difundir informações e subsídios sobre as diferentes manifestações da dança do samba, bem como, valorizar da tradição negro-carioca, servindo para alimentar futuros núcleos de estudos e documentação acerca das culturas formadoras da realidade brasileira. Atendendo também às proposições da Lei10639/03, que propõe o ensino de cultura negra nas escolas.
¹¹ Citação retirada da entrevista realizada à Dr. Helena Theodoro a respeito do evento „Canto e dança dos atabaques‟.
¹² Ficha técnica resumida da „Escola de Mestre-sala, Porta-bandeira e Porta-estandarte‟: Presidente Manoel Dionísio, Vice-Presidente Verônica Lima, Secretaria: Viviane Martins, Tesoureiro: Jorginho, Diretor Cultural: Rômulo Ramos, Instrutores: Magda, M. Dionísio, Deborah Cristina, Viviane Martins, Verônica L.; Sôninha, Fabrício Pires, Raphael Rodrigues, Claudio Dominicina, Daniel e M. Delegado. Psicóloga Andréa Queiroz. Assessoria de Imprensa: Carolina Grimião. Apoio Institucional: Prefeitura do Estado do RJ, Babado da Folia e LIESA. A escola teve seu primeiro endereço na Rua Regente Feijó, nº 61, durante o primeiro ano, em 1990, e logo depois foi deslocado para a Passarela do Samba, onde se encontra atualmente.
¹³ Manoel dos Anjos Dionísio, nascido em 1937 no mês de agosto, é citado no Dossiê das Matrizes, junto com tantos outros nomes, como “Depositário reconhecido da tradição do Samba no Rio de Janeiro”, pela sua atuação singular e única no Brasil - fundador da Escola de Mestre-Sala, Porta-Bandeira e Porta-Estandarte. Foi assistente técnico da RIOTUR de 1987 a 1991, cuja função era supervisionar a decoração para os desfiles, dos blocos e agremiações, na Avenida Rio Branco. No mesmo período, cria conjuntamente com outras pessoas, o Bloco “Império do Pavão” - atual “Alegria da Zona Sul”. Foi bailarino do “Balé Folclórico Mercedes Batistas”, fazendo turnê dentro e fora do Brasil; Trabalhando também com Haroldo Costa na “Cia Brazilianas”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Dossiê das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro” – Proponente: Centro Cultural Cartola; Supervisão e Financiamento: Iphan/Minc; Apoio: SEPPIR – Fundação Cultural Palmares. Rio de Janeiro, 2007.
- JÓRIO, Amaury; ARAÚJO, Hiram. “Escolas de Samba em desfile: vida, paixão e sorte.” Rio de Janeiro, 1969.
- MOURA, Roberto M.. “No princípio era a roda: um estudo sobre samba, partido-alto e outros pagodes.” Rio de Janeiro: Rocco, 2004.
- REGO, José Carlos. “Dança do samba - exercício do prazer”. 2ª edição ampliada – Rio de Janeiro: Aldeia, 1996.
- SCHECHNER, Richard. “O que é performance?”. In. O PERCEVEJO - Revista de Teatro, Crítica e Estética. Ano 11. Nº12. ISSN0104-7671. Departamento de Teoria do Teatro. Programa de Pós-Graduação em Teatro/ UNIRIO. Rio de Janeiro: DDT/ NEPAA/ PPGT, 2003.
- SOUZA, Eliana Santos de. “Uma semiologia do samba: o bailado do mestre-sala e da porta-bandeira”. (Mestrado em Ciência da Arte) – Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2003.
- ___________. “O bailado do Mestre-sala e da Porta-bandeira”. In: “Palavra Fatal (ao pórtico da semiologia)”. Latuf Isaias Mucci (org.). Rio de Janeiro: Book Link, IACS/ Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense, 2002.

ARTIGO
- LOPES, Helena Theodoro.“Teologia Afroamericana: Sociedade e Religião no Brasil I e II” Rio de Janeiro: FUNEMAC/FEMASS, 2007.
- PEREIRA, Carlos Alberto Masseder. “Cacique de Ramos – uma história que deu samba”. (17/06/2003).
(http://www.samba-choro.com.br/print/debates/1055824895/index_html).