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Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

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Dança Negra – Dignidade – Artes Negra (politiqueiros de ocasião e algumas poucas coisas mais)


Lembro de uma tarde, no inicio do outono de 2011, que numa reunião, sem protocolos, com alguns intelectuais fazedores de arte, a ministra Luiza Bairros e alguns políticos de ocasião, conversas rolavam soltas, sem palavras politicamente corretas, onde todos falavam e eram ouvidos. A ministra, diferentemente dos políticos de ocasião, constatando a realidade na produção e difusão da arte negra contemporânea carioca pôs-se atenta registrando nossos problemas. E a reunião, como de inicio, de clima descontraído chegou ao seu fim, enquanto os politiqueiros de ocasião faziam suas promessas performadas numa serie de ações delineadoras de futuras reuniões. E a Ministra, para a qual não se comprometeu á promessas, me dizia: “a reunião não será em vão”.  

Hoje, ultima sexta-feira do mês de Junho de 2012, assistindo a Companhia Rubens Barbot desenvolver seus trabalhos diários, tenho a nítida sensação de que as coisas estão mudando. O espírito de persistência, de modo fiel, veio acompanhando a Companhia ao longo de sua trajetória, fazendo com que trabalhássemos sem em busca de dignidade, no alcance de nossa independência e autonomia, desprendida de luxo e supérfluos, tão aguardados na ação de um necessário e respeitável apoio – financeiro como institucional, ao nosso desenvolvimento artístico, profissional e humano. Esse s recursos, compõem item essencial para qualquer condição humana: a D.I.G.N.I.D.A.D.E.
Alcançamos uma maioridade e ao mesmo tempo a dignidade de poder trabalhar e explorar o mundo das artes, onde se misturam todas as cores, lêem-se também todas as culturas. Estamos abertos, portanto, para o amanhã, num futuro apoiado no trabalho constante e contínuo do presente.

Aos parceiros fiéis, que apostam em resultados e experiências, e as pessoas que ocupam cargos públicos honestamente dialogando e pensando ações reais desprovidas de retóricas, formamos a verdadeira ação política, digna dos homens e mulheres de caráter e idéias, fazendo de todos NÓS uma corrente de sintonia apoiada na experiência do passado para construir uma visão de futuro tendo sempre o presente como ação.
O ensaio da Companhia, de sexta-feira, detonou este artigo e como parte do projeto ‘Uma Ocupação Negra’ sua performance tornou-se uma ocupAção dos espaços na cultura, na dança, nas artes, roubados á muitos de nós e nunca reconhecidos e nem devolvidos. Ocupamos com muita dignidade, e trabalhamos igualmente por isso, agradecemos de certo modo a Srª. Ministra Luiza Bairro (queria poder ter dito isso na presença da Srª.), pela sua primeira visita, bem como por sua escuta aos artistas contemporâneos, os quais de modo conjunto soubemos apontar os problemas e, principalmente, os caminhos para que ela se orientasse nesse sentido. Resultados?...Dignidade.

Ah! Já ia me esquecendo, os politiqueiros de ocasião continuam aí, procurando o melhor ângulo na foto.

Gatto Larsen
Diretor da Companhia Rubens Barbot

OBS: A grafia da palavra OcupAção foi achada com o auxilio (luxuoso) de Maria Júlia Ferreira – Á quem direciono o meu, os nossos Agradecimentos!