Por Veronica Luzia
Designer e Editora
Designer e Editora
Comprometido em catalogar e
disponibilizar informações em vídeo sobre a história do negro no Brasil em
diversos campos como: social, cultural, musical, político e esportivo, o portal
CULTNE, após décadas de atuação, ganha destaque como o maior acervo digital sobre
a cultura afrobrasileira na web.
Em seus arquivos podemos encontrar
materiais inéditos de diversos momentos artísticos e políticos do país podendo
ser assistidos e baixados através da efetuação de um cadastramento básico. Segundo
o portal, o objetivo maior do CULTNE esta em combater o esquecimento do
brasileiro sobre fatos importantes, e zelar apreendendo em acervo digital, os
grandes acontecimentos e lutas que marcam a singular trajetória da cultura afrobrasileira.
E prosseguem afirmando:
“[A] memória
do país sempre foi curta e seletiva. Apesar do oficial e justo reconhecimento
de Zumbi dos Palmares, muitos dos grandes artistas e líderes continuam
ignorados e a história ainda privilegia a folclorização da [nossa] cultura. No
mundo, movimentos como os de libertação dos povos africanos nas décadas de 70 e
80, de Martin Luther King e Panteras Negras nos EUA, e da longa luta contra o
Apartheid na África do Sul – o que levou Nelson Mandela a dimensão de líder
mundial – tiveram forte repercussão.
Por aqui surgiram importantes ações nas décadas de 40 e 50, tais como a Frente Negra Brasileira e o Teatro Experimental do Negro, de Adias de Nascimento. Nos anos 70 pensadores como a socióloga Lélia Gonzáles e a antropóloga Beatriz Nascimento modernizaram o pensamento afrobrasileiro. (...) [No mesmo período] nasceu o (...), IPCN (Instituto de pesquisa das Culturas Negras), os Filhos de Ghandi, o Renascença Clube Andaraí, o Jongo da Serrinha e Escola de Samba Quilombo , de Mestre Candeia. Também apareceram os blocos afros de Salvador: Ilé Aiye, Male Debalé, Araketu e Olodum, seguidos no Rio de Janeiro pelos blocos: Agbara Dudu, Dudu Odara, Lemi Ayiô, Orunmilá, etc. Naquela época a estética black era o eco visual da política de libertação, dos cabelos á roupa, na música e maneiras de dançar do James Brow ao Charme, do Soul ao Afoxé”.
Por aqui surgiram importantes ações nas décadas de 40 e 50, tais como a Frente Negra Brasileira e o Teatro Experimental do Negro, de Adias de Nascimento. Nos anos 70 pensadores como a socióloga Lélia Gonzáles e a antropóloga Beatriz Nascimento modernizaram o pensamento afrobrasileiro. (...) [No mesmo período] nasceu o (...), IPCN (Instituto de pesquisa das Culturas Negras), os Filhos de Ghandi, o Renascença Clube Andaraí, o Jongo da Serrinha e Escola de Samba Quilombo , de Mestre Candeia. Também apareceram os blocos afros de Salvador: Ilé Aiye, Male Debalé, Araketu e Olodum, seguidos no Rio de Janeiro pelos blocos: Agbara Dudu, Dudu Odara, Lemi Ayiô, Orunmilá, etc. Naquela época a estética black era o eco visual da política de libertação, dos cabelos á roupa, na música e maneiras de dançar do James Brow ao Charme, do Soul ao Afoxé”.
O portal conta com um acervo que abrange
cidades como a do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo, captando
os diferentes movimentos urbanos entre ruas, morros, salões e eventos sociais
de diferentes naturezas – sagrada e profana, resultando num grande e diverso material
digital.
Com a revolução digital na atualidade,
a possibilidade alavancou a oportunidade de disponibilizar todos os registros
ao grande público, contribuindo de maneira efetiva para a interatividade com as
gerações atuais e vindouras. Hoje temos diferentes materiais de captação
audiovisual – tablet, celular, câmera fotográfica e filmadora, que possibilita
a gravação e a participação direta com história, que até pouco tempo era
escamoteada ou ignorada por grande parte da sociedade brasileira. Na era da
disseminação de conteúdos digitalizados o projeto CULTNE sintoniza-se com o seu
tempo, e através do livre acesso disponibilizando pela web, ao alcance de
pesquisadores e o público em geral, além de contar com a participação de
qualquer admirador em doar algum material sobre o tema, em formato digital ou
analógico, direto no portal.
O apoio ao projeto, diretamente com o
aumento do acervo, contribui “para que
nada mais se perca, ou seja, esquecida na história, pois na herança africana
brasileira, passado, presente e futuro são os elos que nos ligam.” A Revista Terreiro Contemporâneo convida desta
maneira, a todos os seus leitores para visitarem este espaço e desfrutarem do
acervo, além de buscarem atuar com a instituição interagindo com a organização,
preservação e difusão da cultura e arte brasileira.