especificamente em 20 de agosto, os artistas Rubens Barbot e Gatto Larsen, um brasileiro e o outro argentino, fundam em parceria uma companhia para adentrar o universo da dança contemporânea carioca de modo diferencial. Diferencial principalmente apoiado em dar expressão ao desejo ao corpo, movimento e gestual identitário negro, levando-os desde o início serem apontados como a primeira companhia contemporânea afro-brasileira, prioritariamente formada por negros afrodescendentes.
Duas décadas se passaram e o desejo ainda continua comprometido com a busca de se (re)inventar a partir de si mesmo, trazendo de modo liberto, conhecimentos para dentro da dança [negra] brasileira.
Os coreógrafos da Cia de Danças Rubens Barbot, sem modéstia nos dão orgulho em se tratando de vanguarda, mesmo depois de duas décadas, pelo seu processo de criação, por dialogar em suas criações com pessoas e não funções – artista, bailarino, dançarino, ator, enfim. Isso realmente para eles não é o mais importante, e sim o desejo á expressão e a disposição á poética da experimentação, desvelando a experiência do e no corpo. É o que Gatto, em meio á tantas conversas enfatiza, ‘o trabalho acontece a partir dê!’ – do que tenho em material humano, técnico, financeiro e crucialmente sobre o que demais está nos tocando ao coração, á alma. Enfim, sempre pelo e ‘Por um gesto honesto’.
Comecei a me encantar pela Cia. há quase 3 anos, e hoje, como colaboradora no desenvolvimento e diretora de designer do maravilhoso projeto REVISTA TERREIRO CONTEMPORÂNEO, sei o quanto é difícil descrever em poucas palavras ou páginas a vasta experiência profissional de reconhecimento nacional e internacional da Cia.
Para tanto, contei para esta EDIÇÃO ESPECIAL com o auxílio de amigos e parceiros como Elisio Pitta, João Costa, Wilson Assis, Luiz Monteiro, Beto Pacheco, Conceição Evaristo e da eterna bailarina do grupo Claudia Ramalho, atualmente, assistente e biógrafa da Cia.