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Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

PUBLICAÇÕES

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Terreiro Contemporâneo de Dança

Terreiro - Espaço de terra amplo, plano e despejado onde se cultuam idéias.
Contemporâneo - Que é do tempo atual; dos homens dos tempos de hoje.
Dança- Idas e vindas; arte; movimento incessante.

A ressonância de conversas entre representantes de companhias de dança, artistas independentes e pensadores que observam, valorizam e se inspiram na afrodescendência como elemento de construção da história arte contemporânea, desvelou um circuito de eventos que difunde pensamentos, práticas e que formam uma REDE onde os cruzamentos são luminosos.
Em observância a esta rede, surge o movimento batizado de - Terreiro Contemporâneo de Dança. Este movimento propõe colaborações que promovam foco sobre as danças negras contemporâneas, tradicionais e patrimoniais, induzindo a criação de circuitos de eventos para apreciação e reflexão de pensamentos sobre as consequências sociais, políticas e estéticas em torno destas experiências artísticas. O Terreiro Contemporâneo busca articular-se em espaços de imersão mobilizando pensadores, músicos, artistas visuais, dançarinos de danças patrimoniais, bailarinos acadêmicos, diretores de cena, coreógrafos e demais interessados na difusão de pensamentos, registros e publicações de obras produzidas com base no universo cultural negro - diaspórico  e africano.

Danças Negras no Brasil Contemporâneo
A escassez de explanações conceituais publicadas sobre as experiências artísticas concentradas nas abordagens da afrodescendência no Brasil dificultam reflexão sobre este aspecto das danças cênicas aqui produzidas em todos os tempos. Infelizmente, ainda de forma “guetificada”, discute se esta questão, e como consequência, nas grandes plenárias as colocações sobre o assunto são desconsideradas ou consideradas como ponto ínfimo na ordem dos grandes temas.  Principalmente nas esferas onde são desenvolvidos mecanismos de provisão de recursos para as demandas da sociedade.

Por isto, a proposta é que se desenvolvam em rede, ações que difundam dados, pensamentos, registros e publicações sobre as obras produzidas pelos criadores de dança que freqüentam o universo cultural negro brasileiro, não importando as técnicas aplicadas para materialização gestual cênica e estética.
Esta discussão pós-colonial e pós- escravagista no universo das artes é de extrema importância e necessária para ampliar os limites da expressão na contemporaneidade no Brasil. O contexto nacional aponta para uma urgente e profunda reflexão sobre os caminhos de fruição para as danças negras brasileiras, assim como sobre a situação dos profissionais neste contexto. A não discussão deste aspecto pode comprometer a legitimação da atuação do setor dança para a sociedade civil, especialmente num momento em que o Estado estuda caminhos para organizar leis e procedimentos para a cultura e o fazer artístico no Brasil.
No ano de 2004, instituiu se através de lei, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Visto por este prisma a discussão da corporalidade afro-descendente a partir de reconhecimento de uma arte negra brasileira constituiu se em um instrumento para exercitar esta determinação legal.

“O Brasil é um país eminentemente negro. Basta olhar. A população do Brasil é formada de 60 a 70% de descendentes de negro. Descende racialmente do ponto de vista físico, mas principalmente culturalmente. Os modos de ser, a religião, os costumes, a culinária as festas... tudo isso no Brasil têm uma dimensão negra importantíssima... as artes plásticas a dança... tudo tem uma presença negra muito forte, portanto o Brasil ou se assume como negro ou não é nada! Se você tirar a vertente negra da vida brasileira o Brasil desmorona. Então, portanto a questão negra não é um interesse dos negros; é um interesse do conjunto da sociedade e o interesse do corpo inteiro do país. Portanto tudo que ajuda a nação a assumir seus compromissos com seu lado afro descendente é melhor para a nação (Giberto Gil, parte do depoimento como Ministro da Cultura na abertura do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte)

Proposição de Eventos e Ações pela Rede Terreiro Contemporâneo

- Revista Virtual Terreiro Contemporâneo (Cia Rubens Barbot Teatro de Dança – Rio de Janeiro - RJ)
Uma revista virtual que nasceu da iniciativa da Cia Rubens Barbot Teatro de Dança, como ação mobilizadora de acesso á assuntos, pautas, artigos etc., pertinentes á cultura negra nacional e internacional, abrindo campo á possibilidade de troca de conhecimentos contemporâneos referentes ao negro nas mais diferentes instâncias de conhecimentos: político, social, cultural, artístico e, científico.

- I Encontro Internacional de Dança Negra (EIDAN - Salvador – BA) 

No período de três semanas - de 17 de nov. a 6 de dez. -  aconteceu em Salvador o I EIDAN/2008, abrangendo vários espaços da cidade, reunindo ícones da dança negra tradicional e contemporânea nacional e internacional. O I Encontro Internacional de Dança Negra abrangeu diversas ações tomando da periferia ao centro da capital baiana, com a idéia de levar ao público destes bairros (Pelourinho, Pirajá, Tancredo Neves e do Portão (Lauro de Freitas)) espetáculos, oficinas, debates, palestras, montagens e vivências com artistas de várias partes do mundo. A missão do encontro fez-se em "resgatar os movimentos perdidos da dança negra brasileira, através da convocação de ícones da dança de várias partes do mundo, de outros estados do Brasil, da Bahia e da cidade do Salvador", declarou o proponente da ação Elísio Pitta.
Participaram do encontro personalidades como: Albert St Albert (Canadá); Amélia Conrado (Pernambuco-Brasil);Augusto Omolu (Denmark/Brasil); Augusto Soledade (USA/Brasil); Ballet Teatro Castro Alves (Ba/Brasil); Balé da Mata (Ba/Brasil); Cia. C Dança Negra Contemporânea (BA/Brasil); Corppus Ballet (USA); Cia de Dança Jorge Silva (Brasil); Elísio Pitta (Ba/Brasil; Étienne Cakpo (Benin); Evandro Passo (BH/Brasil); Giovanni Luquini (USA-Brasil); Henry Daniel (Canadá); Irineu Nogueira (SP/Brasil); Michelle Murray (USA); Petagay Letren (Jamaica); Khalid Saleem (USA); Rubens Barbot (RJ/Brasil) e Clyde Morgan (USA).

- Dança Nêgo (BH/MG)
Durante o ano de 2009 como eco do Fórum de Performance Negra, foi realizado em parceria com a UFMG Universidade Federal de Minas Gerais uma série de eventos programados na ação denominada Dança Nêgo. Neste periodo aconteceram performances de dança, mostras de vídeos, palestras e shows de música. Participantes: Cia SeráQ.; Raoul Lodi; Mamour Bá; Eda Costa; Velha Guarda do Samba; Franciane de Paula; Gil Amancio;

- Terreiro Contemporâneo de Dança (BH/MG)
Com recursos do edital para pequenos eventos em rede prêmio Areté - lançado pela Secretária de Cidadania Cultural dentro do programa Cultura Viva e apoio do Ministério da Cultura, foi realizado nos dias 28 e 29 de novembro de 2009, em Belo Horizonte, Minas Gerais, a primeira mobilização nacional da REDE “Terreiro Contemporâneo de Dança”. Participantes: Evandro Passos (Cia. Bataka - BH/MG); Luli Ramos (Abieié Cia de Dança - SP); Elísio Pitta (Cia C de Dança - Salvador/BA);  Mestre João Bosco (Cia Primitiva - BH/MG); Cia Rubens Barbot Teatro de Dança (RJ); Cia Enki de Dança Primitiva Contemporânea (Vitória/ES); Evandro Nunes (Negraria Coletivo de Artistas Negros (as) - BH/MG); Carmen Luz (Cia Étnica – RJ); Renato Negrão (BH/MG) e os Babalorisà Sidney Ti Ode/ Iyakekerê Izabel/ Ekede Denísia Martins (Ilê Wopo Olojukan - BH/MG);

- Fórum Por Que Dança? (BH – MG)
Este evento marcou uma nova fase no mercado cultural mineiro na área da dança cênica. Financiado pelo Fundo Estadual de Cultura de 2006 e 2007, o Fórum solidificou-se como uma ação exemplar reconhecida pela classe artística, preenchendo uma lacuna com a proposta de discutir temas ligados à produção de conhecimento na área de dança na contemporaneidade. Foi gratificante perceber a excelente recepção do evento por estudantes, profissionais de artes cênicas e do meio acadêmico. O registro dos fóruns em DVD e posterior distribuição para instituições de ensino de dança, universidades, bibliotecas e grupos de dança vem propiciando efeito multiplicador nas discussões dessa área com diversas outras, revigorando sua memória.
Nos últimos 02 anos muitos foram os temas abordados, mas muitos outros ainda merecem ser debatidos e analisados. Para onde vamos? Como as novas linguagens estão sendo formadas? A partir de quais históricos/influências? Nessa proposta queremos investigar a memória da dança brasileira e os vários caminhos trilhados por nossos artistas, entendendo a construção do presente e do futuro.
Dentro dessa perspectiva, no ano de 2009 na a terceira edição do Fórum, foi proposto o seguinte tema: As tradições afro-brasileiras e a dança cênica no Brasil, num sentido mais geral, buscando propiciar o encontro de instituições, pesquisadores, artistas de dança e demais interessados á preservação da memória em dança no Brasil.

- I Fórum Dança e Cultura Afro-Brasileira (RJ)
Realizado no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro ( de 18 a 20 de Nov./ 2009), o evento promoveu palestra, oficina prática, mostra de vídeo, mostra coreográfica e lançamento de livros, com o objetivo de fomentar discussões relativas às construções artísticas desenvolvidas na contemporaneidade por criadores e educadores  afro-descendentes, fomentadores de pesquisas focadas no corpo negro e em suas tradições, como nos modos de ser social e cultural.
Através destas discussões foi proposto olhar sensível e poético, sem amarras e preconceitos, gerando um novo espaço de convivência da dança, pertinente a todos os interessados pela investigação da dinâmica dos processos culturais: espectadores, professores, pesquisadores, intérpretes, coreógrafos e brincantes. Como participante: Jandira Feghali (Sec. Municipal de Cultura do Rio de Janeiro; Carmen Luz (Diretora do Centro Coreográfico RJ); Frank Wilson (Chefe do Dep. de Arte Corporal da UFRJ); Katya Gualter (Coord. do Curso de Dança da UFRJ); Tatiana Damasceno (Prof. Dep. de Arte Corporal da UFRJ); Carlos Negreiros (RJ); Isaura de Assis (RJ); Kiko Dinucci (SP); Tânia de Iansã (RJ); Rui Moreira (Cia. SeráQuê?- BH); Alsonia Bernardes (RJ); João Carlos Ramos (Cia Aérea de Dança – RJ); Eliete Miranda (Grupo Cultural Corpafro – RJ);  Marcus Azevedo (Cia. Geração D’Rua - RJ);  Carlos Laerte (LASO Cia de Dança – RJ); Fábio Batista (Cia. Étnica de Dança – RJ); Charles Nelson (Grupo de Artes ILÊ OFÉ –RJ); Bia Lagos e José Izquierdo (Núcleo de Cultura Afroamérica); Prof. Dr. Maria Inês Galvão (UFRJ);
Prof. Dr. Júlio Tavares (UFF); Prof. Dr. Victor Melo (UFRJ);  Hilton Cobra (Cia dos Comuns e idealizador do Fórum Nacional de Performance Negra); Prof. Patrícia Pereira (UFRJ); Andrea Jabor (Cia Arquitetura do Movimento); 
Aline Valentim (Cia Rio Maracatu); Prof. Ms. Claudia Ramalho (Intérprete da Cia Arquitetura do Movimento - RJ); Prof. Dra. Inaicyra Falcão (Unicamp – SP); Gustavo Mello (Ator e dramaturgo – RJ); Pro. Dr. Helena Theodoro (UVA – RJ); Prof. Dr. Euzébio Lobo (UNICAMP – SP); Prof. Dra. Ligia Tourinho (Dep. Arte Corporal UFRJ); Daniel Amaro (Cia. de Dança Afro – Pelotas / RS);

- FAN – Festival de Arte Negra de Belo Horizonte (BH – MG)
A quinta edição do FAN aconteceu em 2009, e por meio da arte e cultura, discutiu se caminhos para o desenvolvimento de um mundo melhor. Para tal reflexão, houve uma programação de espetáculos cênicos, musicais, oficinas, cinema, exposições e debates. A idéia foi envolver, durante uma semana, em Belo Horizonte, na ambiência propiciada pela arte proveniente de países africanos e de suas diásporas, representada por artistas, grupos, realizadores e pesquisadores do tema. Foi proposta também, a realização de encontros, oficinas, aulas abertas e montagens conjuntas de espetáculos a partir da residência, em nosso país, de alguns artistas, promovendo intercâmbio internacional.

- 22º Festival de Dança do Triangulo – O corpo Negro e suas identidades (Uberlândia – MG)
No ano de 2010 a prefeitura de Uberlandia realizou a 22ª edição do “Festival de Dança do Triângulo - O Corpo Negro e suas Identidades”. Passaram por lá, grupos selecionados para participar das mostras - amadora e profissional: Balé Folclórico da Bahia (BA); Cia Khoros (RJ); Grupo Divinadança (SP); Grupo Strondum; Focus Cia de Dança (RJ); Marko 93 (França); Cia. Baobá de Dança; e Performers Luiz Ferron (SP); Ana Reis (Uberlândia) e Pape Ibrahima Ndiaye Kaolack (Senegal); Luiz de Abreu (Brasil)
De acordo com Heitor Paparotto, diretor técnico da Secretaria Municipal de Cultura, quem foi ao Sabiazinho para conferir esta edição do festival, viu uma mostra de variados espetáculos, apresentações, oficinas, palestras e fóruns pedagógicos.

Colaboradores da rede Terreiro

- Companhias de Dança:
Cia. SeraQ de Dança (Rui Moreira),
Rubens Barbot Cia. de Teatro de Dança
Cia Étnica (Carmen Luz),
Cia Aérea de Dança.
Cia Bataka (Evandro Passos),
Junia Bertolino (Cia Baobá)
Cia de Dança Contemporânea da UFRJ (Tatiana Damasceno),
Grupo Diamante Negro (Jô Ventura),
Ilê Ofé (Charles Nelson),
Cia de Dança Afro Negrão (Nill Schaifer),
Cia Enki de Dança Primitiva Contemporânea (Paulo Fernandes),
Grupo Okun de Cultura Afro- Brasileira (Marilene de Almeida Santos,
Balé Afro Contemporâneo (Drika Rodrigues),
Grupo Corpoafro (Eliete Miranda)
Ballet Teatro Castro Alves (Bahia-Brasil)
Balé da Mata (Bahia-Brasil)
Companhia C Dança Negra Contemporânea
Cia de Dança Jorge Silva
Cia de Dança Rio Maracatu (rj)
Grupo de Artes ILÊ OFÉ
Grupo de Dança do SESC de São João de Meriti.
R.M. Cia de Dança
Bacharelado em Dança da UFRJ (Shirlene Paixão e Malcon Matheus)
Geração D’Rua
Cia.Dança do Samba

- Acadêmicos
Amélia Conrado (PE)
Augusto Omolu (Denmark)
Evandro Passos (BH)
Irineu Nogueira (SP)
Clyde Morgan (USA)
Helena Theodoro (UVA -RJ)
Katia Gualter (UFRJ- RJ)
Tatiana Damasceno (UFRJ- RJ)
Claudia Ramalho (RJ)
Raoul Lodi (PE)
Júlio Tavares (UFF)
Victor Melo (UFRJ)


Coreógrafos
Rubens Barbot (RJ)
Rui Moreira (BH)
Rubens Rocha (RJ)
Carmem Luz (RJ)
Luis de Abreu (BH)
Zebrinha (BA)
Andrea Jabor
Joao Carlos Ramos (RJ)
Clyde  Morgan (USA)
Elisio Pita (BA)
Walson Botelho
Ricardo de Paula
Elvio Assumpção (RJ)

Centros de formação
Escola Municipal Brigadeiro Farias Lima
Espaço Cultural Afro Dance
Bacharelado em Dança da UFRJ