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Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

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PROJETO DANÇA DAS FAVELAS*

Meu Pai e minha Mãe na época do carnaval de rua lá pelos anos 68/70, levavam-me para assistir carnaval de rua na Lapa em São Paulo. Não sei bem aonde era a rua, mas sei que tinha um aglomerado de gente que me deixava extasiado. Os desfiles das Escolas de Samba, ou seja, Cordões que na época aconteciam na rua, separados por cordas passavam frenéticos. Eu, seis anos e minha irmã oito anos, atravessávamos esse isolamento e íamos ver o desfile de perto e nossos pais ficavam atrás.
Num desses carnavais estávamos no meio fio vendo o desfile (não sei de que Cordão) e passou uma ala de baianas, uma delas veio em minha direção e me colocou um cordão que ela estava usando. Eu comecei a pular e dançar de alegria. Meu pai ao ver aquilo ficou preocupado com aquilo que a mulher havia feito.
“- Bobagem nada de mais ela só gostou dele.” 
Muitos anos se passaram até que não deu mais.  Eu e a Dança nos encontramos, larguei tudo e me dediquei a Arte de Dançar, “Que Prazer! ” Claro que não com a total concordância do meu Pai...
“-É! Acho que foi aquela baiana que colocou feitiço em você!”

Que feitiço maravilhoso! . Aprendi a dançar na rua, no samba, no carnaval, dança de negro. Isso me ensinou a ritmar a vida, principalmente a vida da dança, entrar em sintonia com o que esta acontecendo hoje sem esquecer-se do passado e nem saber o que virá no futuro, mas estar em sintonia com o Tempo.
Estar em sintonia com o tempo que me cerca agora. Hoje, estou rodeado de grandes talentos de dança de Negro, de samba, de rua, de carnaval, de quadra, de academia, de palco, de chão, de e da Favela! . Mostrar isso é colocar um Cordão no pescoço de um monte de “Negrinhos” e leva-los a sentirem o prazer de Dançar.
Dança das Favelas, o Feitiço está apenas começando!
 
Betto Pacheco


*Nota da editoria.
- Este texto é a apresentação do projeto Dança das Favelas gestação por Betto Pacheco na Coordenação de projetos Especiais da organização Afroreggae.