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Eros Volúsia (Heros Volúsia Machado- 1914/ 2004) foi uma dançarina brasileira nascida no Rio de Janeiro, aluna de Maria Olenewa na Escola de Bailados do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, hoje Escola Estadual Maria Olenewa. Estreou no Teatro Municipal e pouco depois podia ser considerada a inventora da dança brasileira. As danças místicas dos terreiros, os rituais indígenas, o samba, o frevo, o maxixe, o maracatu e o caboclinho de Pernambuco foram algumas das fontes de pesquisa artística da bailarina. Em uma de suas inúmeras entrevistas dadas à Revista O Cruzeiro, Eros Volúsia sintetizou sua missão artística: "Dei ao Brasil o que o Brasil não tinha, a sua dança clássica!"

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CAPOEIRA ANGOLA É CORPOREIDADE NEGRA – LUTA, TRADIÇÃO E ARTE


   Há muito tempo a sociedade vem questionando a história brasileira. A data 13 de maio de 1888 – Dia da Abolição da Escravatura, é motivo de reflexão sobre a luta dos negros no Brasil. Para os negros este dia tornou-se um dia de protesto, pois, diferente do que era contado nas escolas, descobri-se que a abolição não ocorreu por causa de uma princesa branca, boa e caridosa que ficou com pena dos negros e assinou a Lei Áurea. 

É importante lembrar lembrar que as várias lutas realizadas pelos negros resultaram na assinatura desta Lei (o Brasil foi o último país a extinguir a escravatura). Neste contexto, a capoeira angola é símbolo de luta e resistência, pois os escravos negros começaram, no interior das matas, a desenvolver uma forma de autodefesa para enfrentar seus inimigos, utilizando sua principal ferramenta de trabalho: o corpo. Tal explicação também estaria de acordo com a tradição dos próprios capoeiristas, que, como Mestre Pastinha, o grande responsável pela difusão da capoeira angola no Brasil, defendem que a capoeira surgiu como meio de resistência à escravidão.
Vários estudiosos do assunto apontam as raízes da capoeira na dança africana n’golo, do Sul de Angola, um ritual de passagem da adolescência para a puberdade em que os homens lutam entre si aos pares, através de coices e marradas (como as das zebras), sendo conhecido também como dança da zebra. A forma da capoeira é identificada nas características desta dança (Câmara Cascudo: 1967). Já o autor Waldeloir do Rego (1968), na tese “Ensaio Socioetnográfico da Capoeira de Angola”, defende que a capoeira angola é brasileira, e foi criada aqui pelos negros africanos. 
Outro autor, Antenor Nascentes (1943), acredita que a luta da capoeira tenha ligação com a ave Uru (Odontophorus capueira-spiz); segundo ele, o macho dessa espécie é muito ciumento e briga violentamente com o rival por seu território. O autor acredita que os movimentos da luta são semelhantes aos da capoeira. Uma outra corrente aponta a origem indígena da capoeira, citando o livro do Padre José de Anchieta que, em 1595, escreveu que os índios tupi-guarani divertiam-se jogando “capoeira”. Neste sentido, autores como Martim Afonso de Souza e Guilherme de Almeida asseguram que a palavra capoeira (caá + puéra) é um vocábulo tupi-guarani que significa “mato ralo” ou “mato que foi cortado e extinto”.
Vários autores brasileiros destacaram em seus estudos que os três principais centros históricos da capoeira eram Rio de Janeiro, Salvador e Recife, e em todos o uso da capoeira aparece como modelo de luta e resistência. Almir Areias, no livro O Que É Capoeira?, descreve como ela foi utilizada no Quilombo dos Palmares em Recife contra o regime escravista, sendo por isso duramente combatida pela sociedade escravista, por ameaçar o sistema vigente, sobretudo os interesses comerciais e políticos da sociedade. 
O autor aborda ainda, que o negro encontrou no seu corpo uma arma poderosa ao combinar elementos da cultura africana com movimentos inspirados nas lutas dos animais, criando golpes ou movimentos utilizados na capoeira angola como: cabeçada, rasteira, chapa, rabo-de-raia ou meia-lua. Sendo a capoeira utilizada como uma estratégia, arma e luta para fugir dos capitães-do-matos e enfrentar os inimigos. (...) Essa “arma” é assimilada e, mais tarde, batizada com o nome de “capoeira de Angola” (Areias,1983:15).
CAPOEIRA ANGOLA - A RITUALIDADE E A FESTA
No tempo da escravidão, nas senzalas e na África o ritual cultural ou religioso feito pelos negros escravos era motivo de agregação e confraternização, por isso a festa foi e sempre será importante para o povo negro. A capoeira angola é uma festa constante e para alguns se torna até uma religião, devido à forte ritualidade e religiosidade existente nesta manifestação.
 Andréa Mendonça (1996) em seu trabalho “A Capoeira e o seu Jogo de Significados” aborda sobre a “efervescência” da roda, o revezamento, a circularidade relativa às atividades dos capoeiristas que jogam, compõem o conjunto musical tocando instrumentos e cantam. Todo esse processo parte da troca entre os que estão na beira e no interior da roda. O processo que inclui música, jogo e os ritos, complementado por solicitações dos capoeiristas que todos os presentes na roda participem respondendo ao canto.
Portanto, ela acredita que toda essa motivação e o clima de festa fazem da roda um espaço de socialização, em que ocorre redistribuição de energia produzida no grupo. A autora explica que essa energia adicional e diversa da vida cotidiana seria capaz de transfigurar o universo psíquico dos indivíduos, criando novos sentidos e realidades; consequentemente a roda e o sagrado seriam uma coisa só, dominando e contagiando a todos com seu vigor.
Também se pode identificar a presença da religiosidade na capoeira angola através das ladainhas e corridos. Algumas fazem referência às entidades religiosas do candomblé e da umbanda, enquanto outras dizem respeito aos santos católicos, tais como Nossa Senhora, São Bento, São Jorge, São Cosme e São Damião, Santo Antônio e Santa Bárbara, Bom Jesus e Santo Amaro. Quando, na roda, o capoeirista agachado ao pé do berimbau escuta a ladainha e faz sua prece, pedindo êxito no jogo, ou quando, na chamada de força, eleva o pensamento a Deus, aos santos e às entidades homenageadas nas cantigas, pedindo energia para continuar no jogo, busca captar o “axé” que envolve o grupo, espécie de energia mística cuja realidade é incontestada entre os angoleiros.
Segundo Reginaldo Prandi (1990), Axé é força vital, energia, princípio da vida força sagrada dos orixás. Axé é bênção, cumprimento, votos de boa sorte e sinônimo de amém. Axé é poder. Axé é carisma; é sabedoria nas coisas de santo, é senioridade. Axé se tem, se usa, se gasta, se repõe, se acumula. Axé é origem, é a raiz que vem dos antepassados. (cit. p. 24 do texto: Linhagem e legitimidade no Candomblé paulista. Revista Brasileira de Ciências Sociais Nº 14, ANO 5. São Paulo/SP, 1990).
Pode-se dizer que neste momento o sagrado é vivenciado na roda de capoeira por meio da festa, da dança e da luta, sobretudo no culto às entidades e ancestrais (os negros escravos, principalmente “os capoeiras") através das cantigas. Muniz Sodré (1988) ressalta a importância da festa e de todo o ritual dentro da roda de capoeira, também a partir do corpo, nesta passagem:
“A festa destina-se, na verdade, a renovar a força. Na dança, que caracteriza a festa, reatualizam-se e revivem-se os saberes do culto. A dança, rito e ritmo, territorializa sacralmente o corpo do indivíduo, realimentando-lhe a força cósmica, isto é, o poder de pertencimento a uma totalidade integrada (ib: 124)
Em 2004 foi desenvolvida pela Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, que hoje passou a ser Fundação Municipal de Cultura, inventário dos grupos de tradições afro-brasileiras (Capoeira Angola, Congado, Candomblé, Samba de Roda e Umbanda) com o financiamento do Ministério da Justiça, e a equipe contou com antropólogos, historiadores, sociólogos e estudantes da UFMG. Atuei como antropóloga visando oferecer à população de Belo Horizonte, através do BIC (Banco de Informações Culturais) da SMC, a identificação dos grupos existentes na cidade, a história de cada um e a relação da cidade com esses grupos, visando também a busca de políticas públicas que nos valorizem, assim como o patrimônio imaterial.
Dentre os grupos, ressalto o trabalho sério e atuante da Associação Cultural Eu Sou Angoleiro (ACESA), fundada há 17 anos pelo Mestre João Bosco Alves. A ACESA vem praticando e difundindo a Capoeira Angola, formando e mobilizando agentes multiplicadores que atuam em diversas comunidades, realizando um trabalho de valorização da cultura afro-brasileira nas escolas públicas, associações de moradores de bairro e programas de saúde. No intuito de preservar nossas raízes culturais, a partir da militância, do trabalho arte-educação, inclusão social e promoção da Igualdade Racial a Associação atua em diversos núcleos, situados em Pará de Minas, Lagoa Santa, Santa Luzia, Ibirité, Coronel Fabriciano, Contagem, Nova Lima, Ribeirão das Neves e Belo Horizonte.
Segundo Mestre João Bosco, é necessário valorizar o notório saber dos antigos mestres, e para isto é importante respeitar os laços de união e amor, promovendo atividades como seminários, mesas, encontros e oficinas que privilegiem essas pessoas, e reconhecer e criar políticas públicas para os grupos de capoeira angola na cidade e das outras manifestações culturais. Incentivar e implementar a prática da capoeira angola nas escolas e nos diversos espaços de conhecimento.
São muitos os grupos artísticos que utilizam a capoeira angola nos espetáculos, também como preparação cênica para atores e dançarinos. Portanto, a Companhia Baobá de Dança – Minas de Belo Horizonte descreve como utiliza da capoeira angola nos espetáculos Ancestralidade – Herança do Corpo e Quebrando o Silêncio[1]. No primeiro, temos todo o elenco vestido de branco, que se prepara para a dança ancestral – ginga do corpo, fazendo uma homenagem ao Mestre Pastinha que abre o quadro através de recursos audiovisuais, onde o mesmo diz que “Eu me chamo Vicente Ferreira Pastinha, capoeira é tudo que a boca come”, no fundo imagens dele e seguidores atuantes, como Mestres João Pequeno (Salvador-BA) e João Grande (New York). O elenco distribuído pelo espaço cênico todos na cocorinha (posição utilizada na capoeira angola onde permanecem de cócoras).
Este quadro reporta para o espetáculo Quebrando o Silêncio, embora ressalte mais o último espetáculo que é Ancestralidade – Herança do Corpo, relaciono o quadro de Quebrando o Silêncio, que também é uma homenagem à capoeira angola, pela sua luta, dança[2] e resistência, mas, diferentemente do quadro acima, utilizamos a capoeira para ressaltar o papel feminino. Na bateria, sobretudo nos berimbaus que são instrumentos de poder, principalmente o gunga, que conduz todo o jogo e geralmente quem o carrega é o mais velho da casa, que, além de dominar o berimbau, o canto e jogo, também sabe os ensinamentos filosóficos da capoeira angola. O mais importante: o mesmo tem que receber a “bênção” e ser escolhido pelo mestre para ocupar essa posição, para ter o direito de pegar o gunga e conduzir a roda. Bem, essa é a regra para a manifestação vivenciada tradicionalmente, você sendo um capoeirista e pertencendo a uma casa, lógico que cada casa tem suas regras, deverá fazer o melhor seguindo orientação do seu mestre. Porém o respeito, tradição, hierarquia e ancestralidade da capoeira angola são vivenciados por todos, independentemente da casa que pertence[3]. Como ressalta o autor sobre a força do ritual e desta manifestação.

“A função do ritual, presente na maioria das manifestações tradicionais da cultura popular, é de suma importância, pois motiva os sujeitos a debruçaram-se sobre as referências reais da lembrança. É o ritual que permite essa transposição do aqui e do agora para tempos imemoriais, para locais sagrados, onde tudo se originou. É o ritual que permite a conexão com o sagrado, com arché, enquanto origem, e utilizado na antiguidade para conversar com os mortos, exerce função primordial no rito representado pela roda de capoeira angola, pois ele é o responsável por estabelecer essa conexão com o sagrado, e com a ancestralidade representada pelo tempo da escravidão, antes, ainda, por tempos remotos e longínquos que remetem à mãe África. (ABIB, 2004, p. 63).
É complicado a discussão que acompanha o artista sobre apropriação destas manifestações para o palco trazendo a polêmica entre o sagrado e o profano. Pois sabemos que o que estamos fazendo no palco é uma alusão a essa manifestação, mas a questão da ética, respeito e compromisso com a pesquisa realizada, sobretudo a utilização desta manifestação, tem que ser atentamente seguida. Portanto, Huizinga (1996) explica que a partir dos seus estudos identificou na capoeira elementos temporários principalmente ao jogar na roda ligando o passado e o presente, bem como o sagrado e o profano.
“Tal como não há diferença formal entre jogo e culto, do mesmo modo o “lugar sagrado” não pode ser formalmente distinguido do terreno do jogo. A arena, a mesa de jogo, o círculo mágico, o templo, o palco, a tela, o campo de tênis, o tribunal etc. têm todos a forma e a função de terrenos de jogo, isto é, lugares proibidos, isolados, fechados, sagrados, em cujo interior se respeitam determinadas regras. Todos eles são mundos temporários dentro do mundo habitual. (HUIZINGA, 1996, p. 13).
No espetáculo Quebrando o Silêncio as três mulheres nos berimbaus abrem este quadro cantando a ladainha e os corridos. Duas mulheres jogam e também fazem as chamadas, são posturas que utilizamos numa roda durante o jogo, geralmente quando acontece algum conflito, como uma rasteira, um movimento mais agressivo, ou alguma coisa que aconteceu que desestruturou o grupo. A chamada é usada para harmonizar, assim como “a volta o mundo”, onde o capoeirista respira fundo, reflete e volta ao jogo fortalecido.
A partir das reflexões desses autores, é possível compreender como a capoeira é tão importante na cultura brasileira e já existe em mais de 150 países do mundo. É reconhecida pelo ministério da cultura, o IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Nacional e a UNESCO como patrimônio cultural da humanidade, visto que ela é considerada como uma das representações culturais mais ricas do povo brasileiro.
 Além desta medida, é oportuna a atividade da capoeira angola nas escolas e projetos culturais. Os angoleiros de Belo Horizonte e do Brasil estão preocupados e atentos também à discussão que envolve as leis 10.639/03 e 11.645/10, que estabelecem a obrigatoriedade do ensino da história da África, indígena e da cultura afro-brasileira nas escolas, pois acreditam ser uma boa oportunidade para o ensinamento e a divulgação da capoeira angola, além de possibilitar também parcerias institucionais. E ainda esse trabalho de reconhecimento e valorização da capoeira angola é um convite para que todos façam uma séria reflexão sobre a importância do bem imaterial, apontando políticas públicas eficazes capazes de contribuir para a manutenção desta tradição, utilizando a capoeira devidamente nas apresentações artísticas e culturais a partir da ética, fundamentos e cuidados necessários a essa manifestação.

Por Júnia Bertolino - MG

Saiba mais sobre as temáticas:
SILVA, Júnia Bertolino. O Congado na Comunidade dos Arturos: Catolicismo ou Culto Africano? Monografia apresentada ao curso de graduação da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, para requisito parcial de Antropologia, 2002.
Heranças do Tempo: tradições afro-brasileiras em Belo Horizonte. Ana Cristina Pontes & Fernanda Emília de Morais, organizadoras. Belo Horizonte: Fundação Municipal de Cultura, 2006. Texto: A Capoeira Angola no Brasil, de Júnia Bertolino e Ana Cristina Pontes. P. 97 a 124. 
Heranças do Tempo: tradições afro-brasileiras em Belo Horizonte. Ana Cristina Pontes & Fernanda Emília de Morais, organizadoras. Belo Horizonte: Fundação Municipal de Cultura, 2006. Texto: O Samba de Roda no Brasil e em Belo Horizonte, de Júnia Bertolino. p. 125 a 136. 
Artigos de Júnia Bertolino (Revista Roda – III FAN – Festival de Arte Negra/2006,

Matéria: A Rainha Bela (Presidente do Centro Espírita São João Batista e Guarda de Moçambique São João Batista/Bairro Santo André).
II Fórum Nacional de Performance Negra. Por Júnia Bertolino na Revista Angoleiro É o Que Eu Sou. Ano 2 n. 02 – segundo semestre de 2007, Belo Horizonte-MG.
Jornal Irohin / online – em 04/03/2007 www.irohin.org.br – Arturos e o Congado: Símbolos de Luta e Resistência para o Povo  Mineiro.
SILVA, Júnia Bertolino. Juventude, Cultura e Segurança Pública: Jovens e a conduta policial. Monografia apresentada ao curso de pós-graduação lato sensu em Segurança Pública e Direitos Humanos pela Escola Superior Dom Helder Câmara como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Segurança Pública e Direitos Humanos. Belo Horizonte, 2008.
SILVA, Júnia Bertolino. Expressões de Ancestralidade Negra na Dança Afro-brasileira. Monografia apresentada ao curso de pós-graduação Estudos Africanos e Afro-brasileiros da Universidade Católica de Minas Gerais. 2010.


[1] Ver. SILVA, Júnia Bertolina. Expressões de Ancestralidade Negra na Dança Afro-brasileira. Monografia apresentada ao curso de pós-graduação Estudos africanos e afro-brasileiros da Universidade Católica de Minas Gerais. 2010.
[2] Creio que como capoeirista decidi fazer um trabalho corporal com todo o elenco da Cia. Baobá de Dança de Belo Horizonte/MG através da capoeira angola por ter a certeza de que esta é uma manifestação completa, apresentando um excelente trabalho corporal, possibilitando o aprendizagem do canto, ritmo e sobretudo sua  filosofia. E, ainda, uma das coisas que me chamou à atenção é a forte prática ritualística, despertando em nós artistas, capoeiristas e bailarinos a nossa energia criativa que ao ser utilizada também neste espaço “a roda” torna-se um lugar privilegiado para o desenvolvimento da criatividade, a partir do momento que trabalhamos a improvisação, ou seja, perguntas e respostas (ao passar  um movimento, o outro defende ou ataca), sendo que as questões psicológica, física e filosófica vivenciadas por cada um individualmente influencia na condução do jogo.
[3] Eu sou capoeirista da Associação Cultural Eu Sou Angoleiro – Acesa, e há seis, sob a orientação e aprendizagem do Mestre João Bosco, vamos aprendendo a arte de tocar, cantar e jogar. Junto a essa entidade, desenvolvo trabalho de dança afro, nos eventos promovidos pela casa, como Lapinha – Museu Vivo no Mês da Abolição em Lagoa Santa/MG que está na sua VII edição e muitos outros. Também sou professora de dança afro no Núcleo da Acesa – Flor do Cascalho, hoje ponto de cultura na Comunidade Morro do Cascalho, complexo do Morro das Pedras, ligado ao bairro Grajaú em Belo Horizonte, Minas Gerais.